Segurança do paciente: informações que você não pode deixar de saber

Segurança do paciente: informações que você não pode deixar de saber

Segurança do paciente
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A segurança do paciente é um dos princípios básicos do atendimento em qualquer unidade de saúde. Seja em hospitais, seja em clínicas, seja em laboratórios, é fundamental cumprir protocolos e implementar ações preventivas com foco na segurança.

Tudo o que envolve risco deve ser observado, a fim de evitar problemas no presente e no futuro. Existem metas estabelecidas pela Joint Commission International (JCI) em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) com esse objetivo.

Neste post, você vai entender o conceito de segurança do paciente, além da importância de conhecer e aplicar as regulamentações. Continue lendo e veja as principais metas internacionais que visam manter o paciente seguro!

O que é segurança do paciente?

Trata-se de um conjunto de ações direcionadas por diretrizes, regulamentações e normas com o intuito de proteger o paciente em diversos aspectos. Tanto os estabelecimentos quanto os profissionais devem estar comprometidos com a prevenção e redução dos erros que podem causar algum tipo de risco.

É importante salientar que essas falhas não são apenas médicas, mas de todos os procedimentos que envolvem o atendimento de pacientes. São muitas as formas de lesar um paciente e provocar consequências graves, provenientes de falhas manuais ou sistêmicas.

Para isso, em uma parceria entre JCI e OMS, foram criados conceitos com classificação internacional sobre a segurança do paciente:

  • incidente – evento ou circunstância capaz de resultar em dano desnecessário ao paciente;
  • incidente sem lesão – evento ou circunstância que atinge o paciente, mas não causa danos;
  • dano – comprometimento da estrutura ou função corporal que pode incluir doenças, morte, incapacidade, disfunção, sofrimento além de abalo físico, social ou psicológico;
  • circunstância notificável – se caracteriza por situação ou processo com potencial de causar algum dano, ainda que não tenha um erro associado;
  • near miss – evento ou circunstância detectada a tempo de não impactar o paciente;
  • risco – evento que pode apresentar um desfecho ruim ou negativo;
  • evento adverso – incorre em dano ao paciente.

No Brasil, a normatização de segurança do paciente está sob a responsabilidade do Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). O programa, instituído em 2013, compõe as políticas públicas vinculadas ao Ministério da Saúde.

Sua função é apontar problemas e falhas que possam desencadear eventos com danos ao paciente e comunicar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Nos relatos podem conter informações sobre erros médicos, quedas, administração inadequada de medicamentos, entre outros.

Por que é importante atentar para as normas de segurança do paciente?

Já ouviu o ditado “é melhor prevenir do que remediar”? No caso da segurança do paciente, essa é uma conduta mais do que necessária, é obrigatória. Tanto que a OMS tem protocolos básicos de segurança do paciente:

  • sistêmicos;
  • gerenciados;
  • melhoria da comunicação;
  • fornecimento de uma prática assistencial segura;
  • oportunização da vivência do trabalho em equipes;
  • gerenciamento de riscos.

Manter esses protocolos ativos e atualizados é imprescindível para se antecipar a eventos e circunstâncias inseguras. Cada um deles orienta e traz recomendações sobre como as instituições de saúde – hospitais, clínicas e laboratórios – devem proceder quanto à segurança do paciente.

Seguir os protocolos da OMS só faz melhorar os atendimentos e procedimentos, além de fechar um saldo positivo na relação custo x valor de se evitar riscos e danos. Ao passo que a implementação demanda investimentos menores, os protocolos agregam valor na relação do paciente com a instituição de saúde.

Quais são as metas internacionais de segurança do paciente?

A segurança na saúde é uma preocupação constante para entidades e órgãos ligados às instituições e estabelecimentos. São muitas ocorrências e eventos que podem acontecer na rotina de atendimentos e comprometer não só a segurança, mas também a credibilidade, seja do hospital, seja da clínica, seja do laboratório.

Com a proposta de minimizar os efeitos de tal natureza, foram criadas metas internacionais de segurança do paciente. Sua aplicação resulta em melhorias específicas nas situações de assistência consideradas de maior risco.

Essas metas são adotadas por instituições do mundo inteiro para promover atendimentos cada vez melhores e adequados a todos os públicos. Veja quais são e como funcionam!

1. Identificar o paciente corretamente

A identificação dos pacientes que dão entrada em qualquer instituição de saúde é uma prática imprescindível. Além de garantir a segurança dentro do ambiente médico, evita erros e equívocos na hora dos atendimentos ou administração de medicamentos.

Seja na admissão, seja na transferência, seja no recebimento, seja na liberação, é primordial que se identifique corretamente o paciente. Por meio de pulseira, prontuário, etiqueta ou solicitação de exame é preciso conferir a identidade do paciente, confirmada por ele ou familiar responsável.

2. Melhorar a comunicação efetiva

Dentro do processo de atendimento ao paciente, a boa comunicação é fator determinante para transmitir com clareza as informações. Sendo verbal, não verbal, escrita, telefônica ou sistêmica, é preciso garantir o entendimento sem ruídos entre todos os envolvidos.

Por um mesmo paciente, costumam passar diversos profissionais, do atendente ao médico plantonista, o que exige uma comunicação eficiente. Receber cuidados e orientações de profissionais diferentes torna necessário que todos falem uma mesma linguagem para assegurar um atendimento livre de má interpretação.

3. Melhorar a segurança dos medicamentos de alta vigilância

Os pacientes medicados durante o período de internação demandam atenção redobrada para garantir que estejam tomando os remédios certos. Entre administrações pontuais e de uso contínuo, os profissionais responsáveis precisam ter cuidado na hora de atender cada paciente.

Com isso, algumas práticas de segurança do paciente são recomendadas. Verificar a medicação, checar a dosagem e a validade dos medicamentos, garantir a via certa de medicação e administrar a dosagem na hora correta são as principais.

4. Assegurar cirurgias com local de intervenção, procedimento e paciente corretos

Os procedimentos invasivos, como cirurgias, podem ser mais ou menos complexos, exigindo medidas de segurança correspondentes. Do médico aos assistentes, toda a equipe deve ter condições seguras de realização, sem colocar o paciente em risco.

Para isso, é necessário atestar, antecipadamente, que tanto o local quanto o procedimento e o paciente estão corretos. Todas as etapas que antecedem a intervenção cirúrgica devem estar contidas em um processo operatório bem-definido e de conhecimento de todos.

5. Reduzir o risco de infecções associadas a cuidados de saúde

A higienização correta das mãos pode evitar diversos problemas que atingem os pacientes no ambiente hospitalar. Tanto a pele quanto as unhas podem acumular impurezas, oleosidade, sujidade e microrganismos — atenção especial para o manuseio e descarte de material clínico-hospitalar.

O risco de transmissão para o paciente é grande, e aderir a um protocolo de cuidados higiênicos é prevenir maiores consequências. Muitas infecções estão relacionadas ao manuseio inadequado na assistência à saúde, especialmente no contato manual direto com o paciente.

6. Reduzir o risco de lesões ao paciente, decorrentes de quedas

Muitas quedas de pacientes em um ambiente hospitalar podem não ser intencionais. Porém, elas são de responsabilidade da instituição de saúde. É preciso avaliar constantemente as estruturas e equipamentos para pensar em ações preventivas e minimizar os riscos.

As quedas podem acontecer por questões de altura, má instalação, piso escorregadio, entre outras. Dependendo do tipo de queda, o paciente pode sofrer lesões graves, piorar ainda mais o diagnóstico inicial ou desenvolver mais um problema de saúde.

Mesmo com as avaliações periódicas e medidas internas de prevenção de acidentes por quedas, os profissionais devem ser orientados. O uso adequado de calçados e a movimentação no espaço são alguns exemplos de precaução para implementar nessa meta.

A segurança do paciente é um assunto tratado com seriedade pelos órgãos competentes, exemplo a ser seguido pelas instituições de saúde. Diante disso, vale uma análise do que pode ser corrigido ou melhorado para adequar sua clínica e transmitir a confiabilidade necessária. 

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